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Por: Jamerson Nascimento 19/07/2021
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Terror Triplo: Netflix apresenta “Rua do Medo”, uma trilogia slasher

“Antes do último suspiro ela dar, a bruxa descobriu como da morte escapar. Decepando a mão amaldiçoada, nossa terra ela manteve controlada…”

Desde que os primeiros anúncios sobre a estréia dessa nova produção da Netflix foram lançados nas redes sociais, minha curiosidade e interesse em relação a ela foi algo praticamente instantâneo e isso aconteceu graças a alguns pontos específicos.

Explicando rapidamente o termo utilizado no título dessa resenha, a trilogia “Rua do Medo” se enquadra no subgênero de terror chamado slasher que, resumindo, é quando a trama possui um assassino serial que utiliza de uma máscara e/ou fantasia para ocultar sua identidade enquanto comete diversos assassinatos ao longo da história. Normalmente, o protagonista descobre qual é o nome da pessoa, sua história, suas fraquezas e, então, acaba matando o vilão ao final do filme.

Portanto o primeiro ponto foi esse, o gênero. Hoje em dia, eu gosto de pensar que embarquei na categoria de terror no geral com o pé direito, já que meu primeiro título foi nada mais nada menos do que o clássico de 1984 de Wes Craven “A Hora do Pesadelo” (A Nightmare On Elm Street, no original) e olha que eu ainda era um pequeno ser humano na época em que assisti.

A_Hora_do_Pesadelo
Freddy Krueger e Nancy em “A Hora do Pesadelo” de Wes Craven.

É claro que foi uma experiência terrível e a responsável por noites e mais noites péssimas, sem conseguir dormir, sonhando por pelo menos 1 mês com o famigerado Freddy Krueger. Mas, ironicamente, com o passar dos anos, este se tornou um dos meus gêneros favoritos de filmes, principalmente pela diversão que ele causa em nós pelas dúzias e dúzias de atitudes ridículas que personagens desses universos costumam tomar e que, no fim, sempre os levam para o mesmo caminho: Uma terrível e sangrenta morte pelas mãos do assassino.

Mas por que eu falei tudo isso? Você pode me perguntar… Simplesmente por que foi exatamente isso que eu senti enquanto assistia “Rua do Medo 1994”: Diversão. Eu me diverti assistindo a primeira parte dessa trilogia e esse foi um dos motivos que me seguraram para que eu voltasse na sexta feira seguinte para a parte 2, e agora na última sexta, para a parte 3.

E esse foi outro ponto que chamou a minha atenção: o lançamento. A cada semana, mais especificamente, a cada sexta feira, uma parte foi lançada no serviço de streaming, sendo a parte 1 ambientada em 1994 no dia 02/07, a parte 2 ambientada em 1978 no dia 09/07 e a parte final ambientada em 1666 no dia 16/07.

Divulgação dos lançamentos

Uma jogada interessante, por que enquanto os grandes estúdios fariam questão de dar um intervalo de, no mínimo, alguns meses entre uma estreia e outra (algo que a própria Netflix já fez com alguns de seus filmes originais), para faturar o máximo possível em cima de cada título, aqui a plataforma preferiu adotar uma estratégia diferente lançando um após o outro em um curto espaço de tempo.

Receio por um possível fracasso? Talvez, já que sabemos que, apesar da Netflix entregar diversas produções originais, boa parte delas é mediana e vez ou outra alguma se destaca pelos motivos certos e por realmente conter um ótimo conteúdo e técnica.

Mas vamos parar de enrolar e vamos pra pergunta de 1 milhão: Afinal, sobre o que é a trilogia “Rua do Medo”? Os três filmes são baseados na série de livros de mesmo nome do escritor R. L. Stine e acompanhamos as estranhas e trágicas mortes de diversos moradores da cidade de Shadyside, também conhecida como a “Cidade dos Assassinatos dos Estados Unidos”.

Rua do Medo livros
Série de Livros “Rua do Medo” de R. L. Stine

De tempos em tempos, um dos moradores subitamente enlouquece e comete crimes brutais contra entes queridos e, por vezes, até desconhecidos. Alguns acreditam que essas mortes estariam ligadas a uma antiga lenda envolvendo Sarah Fier, uma mulher acusada de bruxaria em 1666 e que, após ser morta por enforcamento naquele mesmo ano, lançou uma maldição contra a cidade causando esse surto em seus residentes.

Em contrapartida a Shadyside, a cidade vizinha chamada Sunnyvale é um poço de segurança, tranquilidade e riqueza. E como extremos, uma forte rivalidade existe entre os habitantes de ambas as cidades, causando frequentes desavenças.

Já deixo avisado que a partir desse momento, podem conter alguns spoilers sobre as tramas dos três filmes, então siga a leitura por sua conta e risco.

Conforme a história vai acontecendo, é possível reconhecer algumas referências às produções antigas do gênero como, por exemplo, toda a ambientação da Parte 2 que nos remete ao memorável Acampamento Crystal Lake onde Jason Voorhees comete suas atrocidades em “Sexta Feira 13” (Friday The 13th, no original).

A Parte 3 que tenta emular um pouco o clima do filme de 2015 “A Bruxa” (The Witch, no original), o qual, pra ser sincero, preciso rever já que na única vez que o assisti, não achei tudo aquilo que falaram em diversas críticas sobre como era um filme impressionante, inovador, genial e por aí vai. Tudo bem, podem me julgar por isso.

Mas voltando às referências, a vibe dos personagens presentes na parte 1 também nos faz lembrar do nosso queridinho “Stranger Things”, que apesar de ser recente, já conseguiu deixar sua marca com toda a atmosfera nostálgica que a produção carrega.

Rua do Medo Pôster (1)
Divulgação | Netflix

E por falar nos personagens de “Rua do Medo 1994” (Fear Street Part One: 1994, no original) , já temos uma surpresa muito boa logo no inicio do primeiro filme, carregada de representatividade e apesar de seu roteiro ser um tanto quanto explicativo demais, é bacana como Deena (Kiana Madeira), Sam (Olivia Scott Welch), Josh (Benjamin Flores Jr.), Kate (Julia Rehwald) e Simon (Fred Hechinger) conseguem escapar dos tipos de mortes mais previsíveis que acontecem em filmes similares a esse, o que nos dá a falsa sensação de que, incrivelmente, todos chegaram vivos ao final dessa história, mas como eu disse, é apenas uma ilusão.

Rua do Medo Pôster (2)
Divulgação | Netflix

Já a segunda parte, “Rua do Medo 1978” (Fear Street Part Two: 1978, no original) faz questão de usar e abusar dos clichês, saindo em disparada em relação aos outros dois no quesito sanguinário da coisa. Além disso, apesar de ter me divertido bastante com o primeiro, o segundo que teria tudo pra ser um poço de vários nadas como por vezes ocorre com filmes intermediários, ele surpreende por trazer um apanhado de informações muito relevantes para o universo e uma base mais sólida do que o filme anterior, fazendo dele um dos poucos casos em que o segundo filme é melhor que seu antecessor, além de preparar o terreno para o encerramento.

Rua do Medo Pôster (3)
Divulgação | Netflix

E na parte final, “Rua do Medo 1666” (Fear Street Part Three: 1666, no original), somos transportados para o condado de Union para que conheçamos finalmente a tão falada Sarah Fier (Elizabeth Scopel) e saibamos toda a verdade a respeito de sua história e como já não era de se esperar, boa parte dos seus problemas (ou melhor, praticamente todos eles) são causados graças a um macho babaca e escroto que não sabe lidar com um “não” de uma mulher e outro que se faz de bom moço quando na verdade é um verdadeiro demônio. Aqui também temos o retorno dos atores das duas partes anteriores, o que facilita a conexão entre público e personagem, já que são rostos conhecidos.

Outra coisa que chamou a minha atenção é a forma como os ganchos que levam de um filme a outro foram construídos os quais, curiosamente, me remeteram a trilogia “De Volta Para O Futuro” (Back To The Future, no original).

Tudo bem que são gêneros totalmente diferentes e não, eu não estou colocando as duas trilogias no mesmo patamar, até por que seria um absurdo e um ultraje fazer algo assim já que “De Volta Para o Futuro” é de uma perfeição incomparável, mas ainda assim, a meu ver existem semelhanças… poucas, mas estão lá.

Como ao final de “Rua do Medo 1978”, quando Deena é transportada para o passado após conseguir unir duas peças de um quebra cabeças cadavérico, me fez lembrar de quando Marty McFly (Michael J. Fox) ao final de “De Volta Para o Futuro Parte 2” recebe uma carta de Doc Brown (Christopher Lloyd) datada de 1885, fazendo com o personagem precise voltar no tempo para salvar seu amigo de um triste destino.

Sem contar que, cada filme de ambas as trilogias, se passam em uma época específica da linha do tempo de seus respectivos universos. Posso ter viajado um pouco nessa comparação? Posso, mas achei curioso como isso surgiu na minha mente assim que finalizei o “1978” e achei que seria interessante compartilhar essa ideia louca.

Rua do Medo Pôster.jpg
Divulgação | Netflix

Então pra encerrar, no geral, a franquia “Rua do Medo” foi algo divertido de se acompanhar. Espero que, mesmo com a abertura que deixou no final do terceiro longa para possíveis continuações, essa história termine por aqui, por que tivemos um encerramento satisfatório pro que foi proposto, amarrando bem as pontas soltas e respondendo todas as perguntas.

Se você está buscando um entretenimento o qual você não precise pensar muito sobre aquilo que está sendo exposto, essa trilogia é uma boa pedida e vai te divertir durante algumas horas, mas apesar de parecer ter um teor de filme de terror adolescente e bobinho, é bom frisar que todos os filmes são recomendados para maiores de 18 anos.

Com um ótimo elenco e a direção acertada de Leigh Janiak, a trilogia “Rua do Medo” não traz nada de tão inovador, é verdade, mas, em compensação, mantem nossa curiosidade em alta nos levando a querer mais e mais para entender o que está por trás dessa estranha cidade e seus moradores, passando por séculos diferentes e todos unidos e banhados pelo mesmo elemento: o sangue de Shadysiders.

Trailer Oficial
“…Ela estica suas garras do além para transformar em escravos, os homens de bem. Seu sangue ela vai beber e sua cabeça cortar, ela vai te seguir até sua morte chegar”

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.

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