
O Processo de Valorização do Cinema Nacional | Marianne Mastrange
Durante toda a minha vida cresci com aquela visão distorcida de que “filme bom é filme gringo”, logo, absorvi que nenhuma produção nacional era digna de ser contemplada e que “filme brasileiro só fala de comunidade e drogas”.
Ano passado essas opiniões foram por água abaixo (felizmente), a partir do momento em que tive o prazer de ganhar ingressos para participar do Festival do Rio, um festival de cinema internacional aqui do Rio de Janeiro, onde conheci diversas produções brasileiras de qualidade, como Boca de Ouro (Nelson Pereira), Alice Júnior (Gil Baroni), entre outros.
Foi a partir de dezembro de 2019 que comecei a consumir mais do cinema nacional, me apaixonando e valorizando cada vez mais. A Netflix também teve total importância nessa evolução já que trouxe as séries: 3%, Onisciente e Irmandade, que me deixou totalmente vidrada. O Telecine veio com a cinelist incrível contendo diversos filmes brasileiros, e a HBO, me deu uma dose de amor com a série Pico da Neblina.

Bacurau (Kleber Mendonça) foi um filme que me trouxe uma chuva de sentimentos que eu ainda não havia experimentado com produções nacionais. Um thriller que se passava no sertão brasileiro fazendo com que eu sentisse felicidade, raiva, curiosidade e até frio na barriga com todo aquele suspense? Sim!
Antes de Bacurau, meu acervo de filmes brasileiros era bem limitado a: Tropa de Elite, Cidade de Deus, a franquia Minha Mãe É Uma Peça, Se Eu Fosse Você e De Pernas Pro Ar. Não que esses filmes sejam ruins, muito pelo contrário, são ótimos, mas eu não “saia da caixa”. Depois que quebrei preconceitos que eu mesma criei, foi como se um novo mundo tivesse surgido na minha vida e hoje enalteço diariamente as nossas produções que tanto merecem.
Fazer cinema no Brasil é muito difícil, então cada curta ou longa que surjam merecem a nossa total atenção. Hoje em dia, espero que tenhamos muitas produções incríveis à lá Minha Mãe É Uma Peça para que eles se tornem a maior bilheteria do cinema nacional e sejam totalmente reconhecidos.
Resumindo: Valorizem o cinema nacional. Hollywood possui vários filmes bons, mas no Brasil você também vai se apaixonar e se viciar pelo acervo que temos e teremos.
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