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Por: Letícia Bortoleto Vargas 19/10/2023
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Resenha: Amor entre Fada e Demônio

Duas entidades opostas que se apaixonam, inimigos que nutrem um amor proibido entre os dois reinos

Amor entre Fada e Demônio é um dorama chinês, cujo próprio nome grita “clichê”, mas isso nunca foi impedimento para cativar o público, seja pela história, personagens ou cenários.

Tudo começa com uma simples fada da flor, Orquídea (Yu Shuxin), que há mais de 1000 anos cumpre as tarefas de “manutenção” das folhas do destino das pessoas, tarefa ensinada por sua mestra, que saiu para explorar o mundo e nunca mais voltou, deixando Orquídea sozinha. A fada sempre foi menosprezada pelas outras fadas por sua origem humilde e fraquezas, mas isso não a impediu de se inscrever para a prova real, que daria direito a servir ninguém menos que o comandante da guerra, Chang Heng (Zhang Linghe), por quem nutre sentimentos de longa data.

Esse mesmo comandante, também é apaixonado por Orquídea, mas se abstêm de demonstrar, por saber que isso implicaria em problemas para a jovem, visto que ele está a mais de 30 mil anos prometido em casamento a uma deusa misteriosa que ninguém sabe o paradeiro. Mas não se enganem, meus caros, esse jovem, também, é uma fada, ou seja, cadê nosso demônio?

Dongfang Qingcang (Dylan Wang), da tribo da lua, é um dos “vilões” mais conhecidos das lendas contadas por gerações entre as fadas, teve seu espírito primordial destruído, sendo selado na torre Haotian, 30 mil anos atrás. Sua oportunidade de escape se torna, ninguém menos, que Orquídea, quando a mesma acaba envolvida na luta para manter os selos da prisão sem se romperem. 

Amor entre Fada e Demônio

A jovem fada acaba caindo na prisão, com o vilão e, de forma que ninguém entende, amaldiçoando-o. Essa maldição faz com que ele sofra tudo o que ela possa sofrer, física e emocionalmente, ambos ficam ligados. E, assim, ele se vê forçado a conviver com ela, para protegê-la, até descobrir uma forma de quebrar a maldição.

O dorama é bem longo, isso é literalmente o que acontece no começo do começo, de 36, no total. Ou seja, tem muito chão pela frente, e muitas oportunidades para que as animosidades que ambos sentem um pelo outro, se transformem em outra coisa (se é que me entende). Mas, com o tanto de episódios, o que mais temos é vai e volta nos relacionamentos entre os personagens.

Orquídea já começa como aquela típica personagem super inocente, apaixonadinha pelo comandante de guerra e querendo a atenção dele. Pela inocência, ela não percebe, no começo, estar lidando com o legítimo Dongfang Qingcang, o grande vilão. Ela acha que ele é apenas um malvado qualquer que estava preso e não o teme, vive pedindo para que se entregue as autoridades e pague por seus crimes, que ela nem sabe quais são. 

Dongfang Qingcang também não ajuda, grudando nela igual chiclete, por conta da maldição, para protegê-la e, consequentemente, a ele mesmo. Só que ele não revela de cara esses fatos, fica comendo pelas beiradas, falando que “não pode viver sem ela”, “a tristeza dela o deixa triste”, etc. Sabe, tudo para deixar a pobre desentendida e acreditando que ele deve estar gostando dela.

Amor entre Fada e Demônio

Com o tempo, ambos notam que estão gostando um do outro, então, chegamos na seguinte barreira: ela seria parte do reino das fadas, Shuiyuntian (os “mocinhos”), ele, dos “vilões” (como se fosse tudo preto no branco). Pelo envolvimento com ele, Orquídea acaba fugindo para a tribo da lua, após ser tratada como traidora por seu próprio povo, mas sempre querendo voltar para casa, de forma que Dongfang Quingcang não percebe que ela está gostando dele, apesar de tudo. O mesmo, por várias vezes, a rejeita, para que ela o deteste, para que não se envolvam mais, coisa que não dá certo.

Clichês dos clichês, mas não de todo ruim. Acho que o que frustra um pouco é ver duas entidades que se amam e só querem se amar, mas, ao mesmo tempo, estão envoltas num conflito enorme, sendo a ideia da guerra entre a tribo da lua e as fadas, por questões do passado. Não tem como não haver conflito, por tudo o que a tribo da lua perdeu, todos esses anos e está tentando recuperar, mas qual lado Orquídea apoiaria? 

Além da guerra iminente, não pense que não existem outros vilões para ferrar com tudo. Um grupo, a parte das fadas e tribo da lua, usa de técnicas escusas para propósitos ainda mais escusos (e isso tudo é para evitar spoilers kkkkk). Lentamente, devido a vários fatores, Orquidea acaba se tornando uma pedra no caminho deles, de forma a virar um alvo.

Amor entre Fada e Demônio

A história tem seus altos e baixos, ela começa super comédia romântica e despretensiosa e, ao longo dos episódios, vira sofrimento e tristeza para os dois amantes que só queriam ficar juntos. Por isso, não minto que lá da metade para o fim, eu já estava um pouco com saco cheio de “sofrer por amor”, mas, pelo menos, o final me agradou.

Se tem algo que não me agradava, isso desde o começo, é a voz da protagonista, a fada tem esse ar todo fofinho e inocente, então a atriz metia uma voz anasalada de criança nela que no começo foi triste de aceitar, mas depois tive que me acostumar, fazer o quê? E não, não é a única voz que aquela atriz sabe fazer porque nas situações onde a fada troca de corpo com o demônio (sim, isso rola, ótimo), a voz da fada dá aquela encorpada.

Disponível na Netflix e no Viki, como mencionei, Amor entre Fada e Demônio tem 36 episódios, que na minha opinião poderiam ser até um pouco menos, algumas partes dá aquela enrolada, mas enfim. “Amor entre fada e demônio” é baseada numa novel chinesa (Cang Lan Jue), escrita por Jiu Lu Fei Xiang. Infelizmente, eu mesma não consegui uma forma de acessar a novel em si, não tem no Brasil, nem EUA, pelo que parece (e eu tentei). Queria ler a novel para ver se tem uma pegada mais young adult, porque o dorama em si é bem mais para o infanto-juvenil.

Por: Letícia Vargas

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