High Fidelity: a perspectiva feminina e musical de Rob
Lidar com o término de um relacionamento, na maioria das vezes, nem sempre é uma tarefa fácil. Baseada na obra inglesa de Nick Hornby, publicado pela primeira vez em 1985, “High Fidelity” traz consigo o melhor da comédia romântica ao contar boa parte da vida amorosa de Robyn Brooks, dona de uma loja de discos, a Championship Vinyl, no Brooklyn, bairro hipster da tão conhecida e amada cidade de Nova York.
Estrelada por Zoë Kravitz, a série mostra as várias maneiras da protagonista de seguir em frente depois do fim do namoro com Mac (Kingsley Ben-Adir). Obcecada por criar listas, Rob vai listar as melhores músicas para os seus “Top 5 términos” e, a partir disso, revisitar cada uma dessas histórias para entender o que deu errado em cada uma de suas relações amorosas e o motivo delas sempre terminarem.
Diferente da obra audiovisual original dos anos 2000, o remake agora inverte o gênero do papel do protagonista, anteriormente vivido por John Cusack. Dessa vez, temos a possibilidade de ter um outro olhar, agora feminino, sob a mesma história. Talvez, essa escolha por uma mulher protagonista e negra seja um dos maiores acertos da série, já que, na época de estreia do livro, em meados dos anos 80, a cultura feminina não era tão destacada como hoje, principalmente por todas as questões relacionadas ao feminismo.
A protagonista conta com ajuda,:o famoso “ombro amigo” de Cherise (Da’Vine Joy Randolph) e Simon (David H. Holmes), seus melhores amigos que convivem e conhecem Rob como ninguém. As cenas dos três são sempre muito engraçadas e mostram a relação de amizade e cumplicidade que a protagonista tem com os seus companheiros de trabalho, contando sempre com um toque sarcástico e sincero por parte de cada um.
Misturando momentos engraçados e ao mesmo tempo dramáticos, em cada episódio, Rob vai se mostrando cada vez mais insegura ao ter que lidar com seus sentimentos ao relembrar de histórias passadas e que, de alguma forma, influenciaram em sua tomada de decisões. Ao resgatar esse passado, a personagem principal bate de frente com seus medos, traumas e defeitos, apostando na quebra da quarta parede ao dialogar diretamente com a câmera na tentativa de envolver cada vez mais o público em suas relações.
A série é uma agradável aposta para os apaixonados por música e moda, repleta de diversidade cultural. A trilha sonora é um dos principais trunfos nomes como Fleetwood Mac, David Bowie, Marvin Gaye e até o grupo Mutantes e Caetano Veloso são citados e usados como referência. Já para os amantes de moda, é impossível não se apaixonar pelas combinações de looks de Rob com peças antigas (brechós) dos anos 80/90.
High Fidelity torna-se uma série atual e representativa ao conseguir adaptar e combinar histórias, hábitos e comportamentos que se encaixam perfeitamente no século XXI. Ao longo dos dez episódios, a trama consegue se reinventar com facilidade e se modernizar ao trazer assuntos necessários para complementar a fiel história contada há 20 anos atrás.
Carismática, talentosa e com uma intimidade fora do normal com as câmeras, Zoë Kravitz faz a gente se identificar em muitos momentos ao passar a imagem de uma mulher real ao lidar com os sentimentos à flor da pele.
Infelizmente, a produção não conseguiu garantir uma segunda temporada. Em agosto, a série foi cancelada pelo serviço de streaming americano Hulu, embora tenha recebido uma considerável audiência e crítica durante sua exibição. Após a notícia Zoë agradeceu o apoio e amor que a série recebeu por parte dos fãs.
High Fidelity estreou nos EUA em 14 de fevereiro e chegou ao Brasil em setembro pelo Starzplay. A produção fica por conta de Sarah Kucserka e Veronica West.
Veja o trailer de High Fidelity!
https://www.youtube.com/watch?v=3-ljDrkyKNI
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