Especial da Marvel traz elementos interessantes que ainda não vimos no UCM e apresenta personagens com grande potencial

O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DE “LOBISOMEM NA NOITE”!!!

A mais nova produção da Marvel, “Lobisomem na Noite” (Werewolf by Night), não se enquadra nem como um filme, e nem como uma série no Universo Cinematográfico Marvel (UCM), mas sim como um especial de terror. A produção foge de tudo o que estamos acostumados até o momento no UCM, sendo até mesmo em preto em branco, trazendo assim uma pegada de filme de terror clássico, o que combina perfeitamente com a proposta do especial.

Sendo lançado na última sexta-feira (07) na Disney+, a sinopse oficial de “Lobisomem na Noite” diz: “Em uma noite escura e sombria, uma cabala secreta de caçadores de monstros emerge das sombras e se reúne no templo de Bloodstone. Em um estranho e macabro memorial à vida de seu líder, os participantes são lançados em uma mortal competição por uma poderosa relíquia, a Pedra de Sangue, uma caçada que acabará por colocá-los cara a cara com um monstro perigoso”. 

O especial é estrelado por Gael Garcia Bernal, como Jack/Lobisomem, Laura Donnelly como Elsa Bloodstone, Harriet Sansom Harris como Verusa e entre outros. Além disso, a direção de “Lobisomem na Noite” é de responsabilidade de Michael Giacchino.

O protagonista do especial é Jack Russel (Gael Garcia Bernal), uma espécie de caçador de monstros, mas diferente. Jack não está na competição pela pedra, mas sim para salvar o monstro que fazia parte da caçada, que é seu grande amigo. Caso você seja um fã dos quadrinhos e do mundo sobrenatural da Marvel, você pode conhecer esse monstro como “Homem-Coisa”, porém, no especial “Lobisomem na Noite”, podemos chamá-lo apenas de “Ted”.

Embora tenha apenas um pouco mais de 50 minutos de duração, o episódios consegue fazer uma construção coerente entre Jack, Ted e Elsa, uma caçadora que foi deserdada da família Bloodstone e, agora com a morte do seu pai, vai atrás do que é seu por direito, a Pedra de Sangue.

Em pouco tempo de tela, Jack e Elsa possuem uma ótima interação em cena, onde um conta com a ajuda do outro para alcançar seu objetivo. Enquanto Jack tenta ajudar seu amigo, Elsa está atrás da pedra, que está presa no corpo de Ted e o caçador que o matar, terá direito a herdar o artefato. Não vamos falar muito sobre a reta final do episódio para não estragar sua experiência.

Os principais acertos de “Lobisomem na Noite”

Um dos pontos altos de “Lobisomem na Noite” é a sua homenagem aos clássicos de terror, já que o especial faz isso muito bem. Embora não cause sustos, em apenas 50 minutos somos apresentados a um mundo completamente novo dentro do universo da Marvel. Os elementos sobrenaturais, juntos aos personagens que possuem um potencial gigante, nos deixam com um gostinho de “quero mais”. 

Terminamos o especial torcendo por uma continuação ou novas obras no formato de filme ou série com o retorno de Jack, Elsa e Ted. Quando vemos o futuro da Marvel, isso pode até acontecer, já que produções voltadas para o sobrenatural estão sendo feitas, como Blade.

Porém, não é somente isso que o especial possui de bom. Claramente percebemos que “Lobisomem na Noite” não exagera nos efeitos visuais em CGI e, durante a grande maioria do visual, são utilizados efeitos práticos. Isso faz toda diferença no visual incrivelmente fiel e maravilhoso que tivemos do Homem-Coisa. O visual do Lobisomem, embora não seja algo muito assustador e surpreendente, também cumpre bem o seu papel, embora terminemos com uma sensação de que o visual dele poderia ser algo mais “selvagem”, por assim dizer.

Outro ponto que vale a pena destacar, especialmente por ser uma produção em preto em branco e inspirada no terror, é que a Marvel finalmente não teve medo de usar a violência. Tivemos sangue, desmembramentos, mortes visualmente surpreendentes e muito mais, o que possibilitou uma grande vantagem para esse tipo de produção. 

As desvantagens de “Lobisomem na Noite”

Talvez, o principal problema desse especial seja justamente parte de seus maiores pontos positivos. Os 50 minutos parecem ser extremamente curtos para termos uma história perfeitamente abordada dentro deste universo sobrenatural que fomos apresentados e vermos ainda mais do Lobisomem, já que ele aparece somente no final.  

Além disso, toda a mitologia de caçadores e monstros merece ser ainda mais abordada dentro do UCM. Terminamos “Lobisomem na Noite” com a sensação de que o Homem-Coisa, Jack e Elsa mostraram somente a ponta do iceberg do grande potencial que eles possuem para serem os protagonistas de histórias mais longas e com mais tempo de tela no futuro.

Como dito antes, o especial também não se preocupa em assustar o telespectador, mas sim em construir o clima adequado, prestar a sua homenagem e contar a sua história. Então, se você está atrás de uma obra completamente voltada para o terror, pode esquecer, já que o máximo que você terá é um jumpscare ou outro, além de um clima de tensão, mas nada de terror psicológico muito forte ou até mesmo terror físico.

Contudo, se você está atrás de uma boa apresentação de personagens, com novos elementos que você não está acostumado no UCM e terminar de assistir com um sentimento de “eu preciso ver mais sobre esse universo e esses personagens”, “Lobisomem na Noite” vai ser exatamente o que você procura, pois o especial mostra justamente que você não precisa de exageros para entregar algo com qualidade, cativante e que prende.

Texto por: Galbi Junior