‘M-8: Quando a morte socorre a vida’ e o racismo estrutural
Filme nacional, M-8 é estrelado por Mariana Nunes e Ruan Paiva e traz a reflexão sobre o racismo estrutural
Inspirado no livro homônimo do autor Salomão Polaklewicz, o longa M-8 – Quando a morte socorre a vida conta a história de Maurício (Ruan Paiva), jovem negro e periférico, que conseguiu uma bolsa de estudos para cursar Medicina por meio de cotas.
As aulas começam e os desafios também. Na primeira aula de anatomia, o jovem universitário precisou estudar o cadáver M-8 e ficou abalado ao perceber as semelhanças físicas entre eles, uma delas a cor da pele. Ao olhar a sua volta na sala de aula, ele percebe que os únicos negros presentes são: ele e os três corpos que serão utilizados como “objeto” de estudo. Os demais presentes são, em sua maioria, brancos e de classe média alta.
Após o forte choque em aula, Maurício começa a ter uma série de alucinações com o M-8 e se questiona sobre como o rapaz chegou até ali e se a família tinha informações sobre sua morte. Isso porque no mesmo dia ele passou por uma manifestação liderada por mulheres, que lutavam por respostas sobre o desaparecimento de seus filhos.
Além de abordar a pauta de desaparecidos e dos parentes à procura de notícias, o filme aborda o racismo estrutural presentes em diversos ambientes, e que por vezes são cometidos por outras pessoas negras.
Carregado de emoção, o filme traz ao público um mix de revolta e empatia ao retratar nas cenas situações que, infelizmente, fazem parte do cotidiano de muitos afrodescendentes. Como por exemplo, ser alvo de uma abordagem policial por apenas exercer o direito de ir e vir em um bairro considerado como “de pessoas ricas”.
Além do protagonista, a mãe do estudante, Cida, interpretada por Mariana Nunes, comanda uma das melhores cenas do longa e mostra a força que a mulher negra precisa ter para se impor e ser ouvida.
Além de Mariana e Ruan, o elenco conta com outros nomes da teledramaturgia, como Lázaro Ramos, Zezé Motta e Ailton Graça. Quer mais um motivo para assistir? Dirigido por Jeferson De, que também é responsável pelo roteiro ao lado de Carolina Castro, Felipe Sholl, M-8: Quando a morte socorre a vida levou o prêmio de melhor ficção no Festival do Rio em 2019.
O filme tem aproximadamente 1h24 de duração e está disponível na Netflix. Confira o trailer:
Texto: Letícia Couto (@ilecouto)
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