Minha história: livro ensina empoderamento e luta contra o racismo
A autobiografia da ex-primeira-dama Michelle Obama, Minha história traz grandes lições de vida para todos, mas principalmente para as mulheres. Ela conta através de 464 páginas toda a sua história, desde sua infância carente em uma região pobre nos Estados Unidos, até o momento em que toda a sua família deixa a Casa Branca, após o término do segundo mandato do marido como presidente do país.
Ela ensina, através do seu exemplo, como boas oportunidades, quando são dadas, podem ser usadas para o bem e fazem a diferença na vida de uma jovem negra e de classe baixa. O exemplo e inspiração para Michelle se tornar uma mulher empoderada veio de casa.
A mãe, que por muitos anos ficou no lar cuidando dos filhos e marido, nunca deixou que ninguém a colocasse para baixo, sempre ensinou a ex-primeira-dama a questionar e manifestar suas opiniões, mesmo que fossem contrárias ao que a maioria das pessoas pensava. A matriarca dizia que os estudos ajudariam a menina a prosperar, e que a cor da pele dela seria motivo para alguns problemas, não justificáveis e que não nem tinham fundamento. Que por conta do preconceito, ela seria julgada de uma maneira errada, porque estariam julgando sua cor, e não seu desempenho ou capacidade.
Ao passar dos anos, na escola, universidades (Princeton e Harvard) e no primeiro trabalho, em um escritório importante de advocacia, a protagonista dessa obra de não-ficção teve que passar por muitos obstáculos. Como, por exemplo, enfrentar uma sala cheia de homens brancos que não a deixavam falar, e ir atrás do sonho de estudar em Princeton, mesmo quando a orientadora da escola disse que ela não tinha o perfil.
Lutar contra o racismo não é algo que se escolhe quando se é negro. Essa temática não é meu lugar de fala, por isso novamente uso o exemplo da autora do livro para dizer que, mesmo sendo uma temática presente com frequência nos meios de comunicação, a cor da pele continua sendo até hoje um grande obstáculo quando se quer chegar do outro lado e conquistar vitórias.
Uma das frases que mais chamou a minha atenção durante a leitura, e com certeza me marcou para sempre e conclui o pensamento acima, é a seguinte:
“Era como pisar no palco para seu primeiro recital de piano e se dar conta de que você nunca tocou nada além de um instrumento com teclas quebradas.” (Minha História – Michelle Obama)
Michelle usa esse exemplo em um dado momento para mostrar como negros e brancos têm oportunidades diferentes. A vida, quando é repleta de aulas em escolas particulares, viagens ao exterior, estudos em casa com professores para passar no vestibular, entre outras coisas, ajudam de forma injusta a manter a classe social como quase decisor final de quem vai e quem não vai para as melhores universidades do país.
Empoderamento feminino é uma bandeira importante que ela sempre defendeu. Brigar contra o machismo foi sempre uma de suas lutas ao longo da vida, mas o problema se mostra de forma mais latente quando se torna a primeira-dama dos EUA. Apesar de ser formada em duas universidades importantes, ter construído a carreira com muita garra e dedicação, mesmo antes de começar a morar na casa mais famosa do país, as notícias que mais geram atenção são como ela se veste e fala à nação. Com a força que sempre a moveu, Michelle passa por cima dessas coisas com classe e aos poucos ganha seu espaço e mostra a que veio.
“Podemos viver no mundo como ele é, mas ainda primos trabalhar para criar o mundo que deveria ser.” (Minha História – Michelle Obama)
Se você gostou do livro, não deixe de assistir o documentário que está disponível na Netflix. Saiba mais sobre a obra Minha história, no vídeo.
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Texto produzido por Rebecca Vettore (@rebeccavettore).
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